Hoje eu acabei conversando um monte com Fábio sobre a Bahia e sua cultura, especialmente a musical. Muita "filosofia" para ter saco de escrever aqui, mas, no fim das contas, mesmo tendo um monte de coisas para reclamar, o que geralmente me vem à mente quando falo do assunto é que eu acho o máximo ser baiana. Não é muito fácil ser uma baiana branquela, mas eu acho o máximo de verdade.
Eu sempre ri e fiz piada do fato de freqüentemente ser confundida com uma turista. Comentava: tá vendo? Quem manda não ter um pigmentozinho na pele em meio à negritude da terra? Mas meu argumento caiu por água abaixo quando Rita Assemany, uma morena com cara baianíssima, reclamou numa entrevista que, apesar de trabalhar no Pelourinho há anos, e de ser relativamente conhecida aqui no estado, ela ouve sempre, sempre, sempre, todos os dias, as mesmas ofertas de lembranças e badulaques dos ambulantes do Centro Histórico. Falam com ela em outras línguas e tudo. Achei que era privilégio meu ser abordada em Inglês, Espanhol, Francês e o escambau quando invento de passar pelos locais turísticos. Já vi que fui egocêntrica, haha.
Apesar de ter sido desfeita a minha teoria de que faço sucesso no Pelô porque não tenho a típica cara baiana, o fato é que quando passei um mês em São Paulo trabalhando, estudando e farreando, numa experiência super temporária de morar em outro estado, eu me senti muito mais integrada ao resto da população. Não há nada de preconceito no que estou dizendo, por favor. A questão é que é mesmo super raro eu me reconhecer em alguém aqui na cidade. Isto é sério, poderia ter me gerado traumas e tudo. E foi uma delícia maravilhosa passar um mês inteirinho sem ouvir nenhum comentário escandalizado sobre a minha brancura. Eu bem sei o que sofrem os muito altos, os muito baixos, os muito gordos, os muitos magros - enfim. Conheço umas figuras que não têm chances de sair de casa sem se deparar com olhares surpresos e as mesmas frases de sempre: "nooooooooossa, como você é alto!". Isso não se faz, minha gente.
Sou branca, sou branca, branquérrima, transparente, eu já sei, não precisa me dizer. Sim, eu já notei que dá para ver as veias em alguns lugares. Sim, é claro que percebo que qualquer apertãozinho me deixa vermelha. Não, eu não vou criar o hábito de tomar sol para pegar uma corzinha e disfarçar a palidez, quem disse que quero disfarçar alguma coisa, ora bolas! Tá querendo dizer o quê, hein?? Com exceção do Michael Jackson, quem é preto não tem como ficar branco, então por que eu, branca, tenho de ficar preta?
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Eu amo a sua brancura, meu bichinho. Sua irmã gêmea é branca, como poderia ser diferente? Você é a cara dela, a cara da linda Betty Boop...
ResponderExcluirTe amo!