7 de outubro de 2007

Domingo

Eu fico aqui com o cheiro de ontem, o cheiro da fumaça e do suor, da sujeira no chão, do carro descuidado. Das músicas que cantei, do tom de voz descontrolado, dos risos sem-vergonha, de toda falta de vergonha, melhor dizendo. E os copos, as pedras de gelo, as conversas forçadas e as tentativas de me afastar de uns chatos. Ainda do meu disfarçado modo de procura, a procura mal sucedida e eu olhando de canto. Do teatro, do balde azul, da moça que acho bonita, dos degraus, da maquiagem, do desfile cuja repercussão desconheço. Máquina fotográfica, falação, sanduíche, fome, fome, fome e só como porcaria. Recapitulo em busca de decifrar os pedaços deste cheiro de hoje, os discursos, a curiosidade, os risos, o telefone, o amanhecer, o "boa noite".
E eu dormi na cama mais gostosa do mundo.

4 comentários:

  1. ai, puxa vida!
    daquelas noites inesquecíveis!

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  2. Você parece ser uma mulher interessante, não obstante a aparência leviana.

    Eis um problema da internet: sermos julgados por pessoas desconhecidas de maneira corrompida. Isso a partir de algumas letras e fotos...

    Ah... gostei da intermitência do seu texto.

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  3. Normalmente as mulheres são pretensiosas, além de dissimuladas. A primeira qualidade sempre fica omissa por causa da primeira. Não é seu caso.

    Seu comentário foi assumidamente pretencioso, coisa curiosa. Isso lhe faz, como previ, uma mulher interessante.

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