7 de março de 2008
Óbvio
Tomei coragem e escrevi de ponta a ponta o nome inteiro, desenhando cada letra com bravura, ciente do resultado que viria e da palavra que se formaria. Foi uma decisão consciente empunhar a caneta e fazer com força as linhas que tornariam tudo sólido, visível, compreensível. Legível. Fiquei assistindo minha mão espalhar a tinta, formando aquilo diante de meus olhos. Escrevi. Com cuidado e capricho. Demorei mais na primeira consoante, com certo medo de seguir em frente, assustada com o que me impulsionava a superar o que nego: assunção. Vai lá, pega e escreve, não é o que tem vontade de pintar pelo seu caderno? Então respirei, abri a página, abri e olhei o papel em branco: vai. Comecei reticente, cuspindo com os dedos. Trêmula, viciada, meio infantil. Linha, letra, risco, pronto. Não sei quanto tempo durou. Passou rápido e lento, talvez congelado, talvez sem mim, certamente distante dos que pudessem estar vendo, também surdo para quem estava falando. Depois de completo, acho que sorri por um instante e fechei o caderno. Acho que parei por meio segundo e li inteiro. Acho que foi forte demais. Revejo na mente, não sei quando terei novo ímpeto para buscar a página usada neste bloco de tantas folhas.
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Nenhum caderno de anotações pode ser apagado. Nem quando a gente rasga as páginas. Mente: a gente mente.
ResponderExcluirPaulinha!
ResponderExcluirconcordo com Ernesto, mas...
mas...
mesmo que a gente não apague, a gente ainda tem duas opções:
vira e escreve em outras folhas,
ou...
guarda esse numa gaveta, tranca com chaves secretas e passa a usar outro caderno.
hum?!
Pra tudo se dá um jeito!
hehehehee
Um beijO!